segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Resumo do livro O Mundo de Flora.



O Mundo de Flora é composto por três Floras: Dona Flora, Flora Morena e Flora Fernández. Há também as Brancas e as Níveas. Portanto, Floras, Brancas e Níveas habitam este mundo. Todas com características bem distintas.

As Floras eram sempre sonhadoras, amantes da leitura e da escrita. “Impetuosas”, “voluntariosas”, “muito mandonas” e “aquarianas”.

As Brancas eram “religiosas” e solidárias, não eram egoístas. “Um tanto românticas” e “virginianas”.

As Níveas eram “tristes”, “contemplativas”, “mansas”, “resignadas” e “librianas”.

O Mundo de Flora fala de várias gerações da família Romeu, especialmente das mulheres dessa família. Havia o hábito de se repetirem os nomes de seus antepassados nos novos membros que nasciam. Quando menino, era comum batizar-se de Tomé, nome do patriarca. Se menina, alternavam-se os nomes Flora, Nívea e Branca.

Com capítulos curtos, cujos títulos estão nas margens das folhas, a historia é narrada em recortes da vida de personagens de gerações diferentes, de forma não linear.

A história da protagonista inicia-se com os primeiros anos de sua infância, no casarão da família, onde morava com os pais e os avós. O bisavô, Dr. Tomé, era uma figura amada e respeitável para a pequena menina de quatro anos de idade, embora ela não o tivesse conhecido, já que ele havia morrido quando a mãe da menina era ainda uma criança.

Depois a família muda-se para um sítio em Matosinhos, onde Flora tem contato com um ambiente mais verde, natural. Algum tempo depois, o pai aluga uma casa na cidade, e ela passa a estudar em um colégio de férias.

Flora é uma menina inteligente, esperta, que desde cedo aprende de forma muito particular as experiências de vida, no contato com outras crianças, com os adultos, com a natureza ou com as fatalidades da vida. A menina vivencia o impacto de episódios como a morte da tia Branca e de amigos da família, assim como a comoção pública do suicídio de Getúlio Vargas. Flora passa pela juventude, período em que descobre o amor e as paixões ideológicas. Sofre com a chegada da Ditadura Militar. Casa-se com Diego, com quem tem um filho, o qual morre ainda bebê, fato que a leva à depressão extrema e a deixa revoltada contra Deus. Após a morte do filho, começa o declínio da saúde da protagonista, que morre aos 33 anos.

Ao longo da narrativa, vários temas vão sendo discutidos, como o celibato (casamento de Padre Tomé com Carolina); o racismo, que a pequena Flora não consegue compreender ao ver a agressão das pessoas na rua contra sua ama Cota; o choque provocado pela descoberta da morte, a partir do falecimento de pessoas da família (tia Branca) ou conhecidos (o menino que morre afogado); o conservadorismo religioso e a educação pelo medo, com a idéia do pecado (Flora no colégio de freiras e na preparação para a 1ª comunhão); as frustrações ideológicas (tristeza de Flora pela renúncia de Jânio Quadros), etc.

Há também pequenas histórias, como a do Professor Quadrado, que aparentemente nada têm a ver com a família, mas que na verdade é uma coletânea de causos presenciados ou escutados quando criança e que fazem parte da formação da visão da protagonista.

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